A natureza da mulher é cíclica. Mas, quem nunca reclamou de uma menstruação que atire a primeira pedra. Afinal, vivemos em uma sociedade patriarcal onde as necessidades e particularidades femininas são vistas como sinal de fraqueza.
E embora essa seja uma triste realidade, esse tipo de crença é tratado com naturalidade. Nós escondemos o absorvente quando vamos até o banheiro trocar, tomamos milhões de remédios para sermos tão ativas quanto em nosso período fértil e assim, tentamos mascarar esse período do mês.
Fingir que ele não existe.
Forte, não é?
Mas, nós somos mulheres, sangramos e vivenciamos a menstruação todos os meses. Isso faz parte da nossa essência cíclica, das nuances de nossa vida.
Há dias onde estamos no auge da nossa expansão, outros, estamos mais reclusas e tudo bem! Esses ciclos existem e nós precisamos vivencia-los para nos conectar com nossa energia Yin, com nosso feminino.
Por esse motivo, no post de hoje falaremos sobre esse assunto!
A vida é feita de ciclos, a mulher também!
Nossa vida é repleta de ciclos, sejam eles ótimos ou desafiadores. Assim como a natureza. Primavera, verão, outono, inverno… Esses são ciclos aos quais estávamos intimamente ligadas, principalmente porque o ser humano é totalmente dependente da colheita e da reprodução dos animais.
Agora, quando nosso alimento vem totalmente de um supermercado, esperando para serem comprados, é natural que esse vínculo se perca e deixamos de perceber essa ligação.
Mas, ela ainda existe, ainda é vivenciada, por mais que não tenhamos a percepção para identificar.
E a mulher possui uma vida cíclica intensa, onde todo mês nós vivenciamos nossas próprias estações.
Essa é a nossa natureza cíclica, essa é a nossa energia. Negar isso é negar a si mesma e a sua ancestralidade o que pode gerar diversos reflexos em nosso corpo físico.
Quero que respire profundamente por um momento e se pergunte: qual é a relação que você tem com sua menstruação?
Você respeita todas suas limitações e compreende que é um momento de recolhimento que seu corpo pede? Ou a vê como um incômodo, algo desnecessário e até gostaria de não a ter?
Com essas reflexões em mente vamos conhecer um pouco mais sobre o corpo feminino e algumas outras visões da menstruação
O ciclo menstrual
Antes de começarmos as explicações, vamos introduzir alguns nomes. A palavra “menstruação” para muitas mulheres é carregada de tabus e preconceito, por isso, de agora em diante chamaremos esse período de “lua”. Portanto, se uma mulher está sangrando ela está “em sua lua”. Tudo bem?
Feitas as apresentações, continuaremos uma pequena explicação fisiológica sobre o ciclo menstrual.
Os ciclos femininos nada mais são do que uma orquestra de hormônios, onde a progesterona e estrogênio balanceiam as mudanças corporais da mulher, mantendo-a saudável e apta à reprodução.
Esse processo envolve: a maturação dos óvulos, sua liberação pelos ovários, o espessamento do endométrio e por fim, quando não há uma gestação, sua liberação na menstruação.
Nós podemos dividir essa sequência de fatores em duas grandes fases: a folicular e a lútea.
A fase folicular
Essa fase começa no primeiro dia da lua e se encerra na ovulação.
É quando o Estrogênio domina o corpo feminino e os óvulos passam pelo processo de maturação para que aconteça a ovulação.
A ovulação dura 24h e é o período onde o corpo reprodutivo chegou ao ápice, pronto para receber uma gestação.
Mas, o que acontece com nossa energia e nossas emoções durante esse período? A fase folicular é nossa primavera interna. É como se estivéssemos com mais disposição, mas positivas, mais dinâmicas. Prontas para criarmos e co-criarmos com o Universo.
É quando estamos prontas para gerar seja uma nova vida, um novo projeto, ou até crescer algo que esteja parado.
A Fase Lútea
Depois disso temos a fase lútea, que começa da ovulação e vai até um dia antes da lua.
Nesse momento é quando a progesterona começa a subir e o corpo se prepara para uma gestação. Isso acontece porque o folículo (onde ficam alojados os óvulos) se transforma temporariamente em uma glândula que produz progesterona.
Isso faz com que diversos nutrientes sejam enviados ao endométrio, facilitando a gestação. Mas, quando ela não ocorre, essa glândula temporária é desintegrada.
Os níveis hormonais caem drasticamente e a mulher passa a apresentar ondulações de humor e até dores. Até finalmente entrar na lua, que é o início de outro ciclo.
Essa é a fase onde nosso corpo mais manda mensagens através dos sinais, inclusive das dores. É um momento de reclusão, onde devemos voltar a atenção para nossa rotina, para nós mesmas e balancear nossas atitudes e hábitos durante o ciclo anterior.
Mas, e a lua?
A lua é, como já dissemos anteriormente quando o corpo se prepara para uma nova gestação. Mas, energeticamente seu significado é ainda mais profundo.
É quando estamos limpando nossa energia, realizando um detox, físico, emocional e energético.
É possível que emoções desafiadoras ou situações que você protelou resolver surjam para serem resolvidas e superadas. E está tudo bem.
É um processo necessário, que nos ajuda na evolução.
Por que respeitar a natureza cíclica?
Respeitar cada nuance do seu ciclo é respeitar seu corpo, sua essência e sua energia. É cuidar de si mesma e compreender que não há nada de errado com eles, na verdade, essa é sua essência.
Nas sociedades primitivas durante esse período a mulher deixava de fazer suas atividades habituais e ficava reclusa, na chamada “tenda vermelha”. Embora isso não seja possível nos tempos atuais, é importante tentar ouvir os sinais do seu corpo e dar tempo a ele.
Algumas dicas interessantes (e de “vovó) para vivenciar melhor esse momento são:
- Evite se expor ao frio durante a lua.
- Se possível, use o copo menstrual ou o absorvente de pano, eles são ótimos para entrar em contato com seu sangue, que é muito poderoso!
- Procure tomar chás quentes.
- Esquente os pés e se possível, faça um escalda pés.
- Evite aglomerações ou situações estressantes, se possível, é claro.
Mas, se você quer aprofundar seus conhecimentos e descobrir uma nova forma de encarar sua realidade, sugiro os livros:
- Lua vermelha – Miranda Grey
- Seu sangue é Ouro – Lara Owen
- A menina que virou lua – Miranda Grey (muito lindo para crianças e adolescentes).
Então, essa é nossa natureza cíclica! Fique muito feliz de ter compartilhado um pouquinho dessa visão com você. No entanto, eu sugiro que aprofunde sua leitura e vá além, descubra ainda mais sobre esse olhar carinhoso sobre nossa lua.