Esse é um campo minado. Tem de tudo. Desde gente muito séria a pessoas que não tem a mínima ideia do que estão fazendo. Desde pessoas que estão buscando uma profissão que lhes traz propósito e realização a pessoas que só querem um dinheirinho a mais no final do dia.
O sexo é um produto muito poderoso. Com uma demanda altíssima. E há profissionais de todo o tipo quando o assunto é sexualidade.
Para mim que me dediquei boa parte da minha vida à terapia fica muito difícil tentar concorrer com quem vende sexo cru.
Alguns podem dizer: mas você como terapeuta não concorre com essas pessoas.
Engano. Concorro sim.
Muitas pessoas que buscam um prazer imediato, um relaxamento, ou apenas uma “gozadinha” encontram na terapia tântrica algo inusitado, não esperado e que vai de encontro com as necessidades que essa pessoa nem sabia que tinha.
Em geral nossa sexualidade está doente. Nós como sociedade não sabemos cuidar dela. Não tratamos ela com respeito, não educamos nossas crianças como deve ser, não respeitamos a nossa própria sexualidade e não respeitamos a sexualidade do outro. Há muito abuso, obsessão e violência.
Então quando uma pessoa chega numa sessão com trejeitos e intenções enviesadas, rapidinho essa pessoa entende que ali as regras são um pouco diferentes. Ali a proposta é outra. É olhar pra dentro. E não reproduzir fantasias, fetiches e comportamentos antigos.
A terapia tântrica é um espaço para a pessoa se experimentar de um jeito novo. É para olhar para si mesmo. E sentir.
Sair do controle.
Ali o dinheiro não compra tudo. Existe um protocolo importante a ser seguido. Existem limites que não devem ser ultrapassados. Existe uma ética terapêutica que não deixa o terapeuta fazer determinadas coisas.
A prostituição nao coloca esses mesmos limites. A proposta é outra. Na prostituição a proposta é satisfazer o cliente. O dinheiro é o rei. O objetivo é saciar o cliente naquilo que ele “acha” que precisa.
Há diferença? Há. E muita.
Há semelhança? Há. Mas não muita.
Algumas pessoas tem a mania de achar que é bagunca. Só porque somos profissionais que lidam com a sexualidade e que oferecemos um trabalho corporal.
Não. Terapia é uma coisa. Prostituição é outra.