Há limites éticos para um massagista tântrico?
Há diferença entre um massagista e um terapeuta tântrico?
Até onde um terapeuta tântrico deve ou pode ir?
Essas são questões recorrentes e muito comuns. Tanto para quem deseja experimentar pela primeira vez quanto para quem trabalha com a terapia tântrica diariamente.
Para quem deseja experimentar como paciente é importante que a pessoa saiba onde está se metendo. Até onde é normal que um terapeuta tântrico vá e a partir de que momento a coisa começa a ficar estranha.
Para quem é terapeuta a questão ética se impõe a todo o momento.
Há todo o tipo de pacientes com todo o tipo de intenções. Nem toda pessoa que busca a terapia tântrica está buscando um trabalho profissional. Nem toda pessoa que busca esse trabalho entende a importância e respeita essa profissão.
Então é muito importante que todos os limites estejam bem definidos.
De maneira geral a regra básica que se estabelece é a do consentimento. Um terapeuta não deve NUNCA fazer algo sem o consentimento prévio do paciente.
A segunda regra que vai além da primeira é estar consciente se aquilo que o terapeuta está fazendo é algo que promove a cura ou é algo que trará mais complicações e dores para quem está recebendo.
Exemplo: uma mulher busca uma massagem tântrica com o objetivo de se conhecer melhor, mas no meio do trabalho sente uma vontade de transar com o terapeuta. O terapeuta também sente essa mesma vontade. E agora? Como o terapeuta deve lidar com essa situação?
Afinal de contas, há consentimento.
Sim. Há consentimento. Porém ela não foi ao terapeuta com o objetivo de transar. E há um segundo ponto que é ainda mais importante.
A paciente está inebriada por vários hormônios produzidos pelos estímulos feitos pelo terapeuta. Está em um estado fora de sua normalidade.
Então, definitivamente, esse não é o momento de transar com alguém. Futuramente essa pessoa poderá sentir-se enganada e abusada.
Então, um terapeuta precisa ter muita consciência de qual o seu papel e qual o seu lugar.
Eu, particularmente, acredito que muitas abordagens podem ser terapêuticas. Mas a prática da penetração e a prática sexual durante um atendimento não é algo que eu me sinta confortável nem seguro como terapeuta.
Dentro da terapia tântrica há um conjunto de situações que devem ser evitadas. Há limites que não devem ser ultrapassados. Principalmente para terapeutas inexperientes que ainda não estão tão acostumados a controlar o próprio impulso sexual.
Dito isso, podemos então estabelecer algumas regras práticas como: o terapeuta não deve ficar nu numa sessão, o terapeuta não deve beijar ou trocar carícias com o paciente, o terapeuta não deve tirar as luvas durante a sessão, o terapeuta não deve deixar a paciente fazer carícias nele.
Esses limites são basilares para que um terapeuta não se meta em enrascadas e não corra o risco de invadir um espaço que não deve ser invadido.
Para além dessas regras é importante considerar a intenção e a abordagem que um terapeuta deve ter.
O terapeuta deve sempre buscar compreender ao máximo o histórico sexual do paciente, a intenção dele com o trabalho e as limitações sexuais que a paciente tem.
O acolhimento é mais uma das bases para que um terapeuta possa agir com segurança. Na dúvida, acolha. Não confronte.
Em muitas processos o que o paciente necessita é de permissão para vivenciar suas emoções e expressar suas questões. Ele precisa de um ambiente livre e seguro. Por isso o acolhimento e o cuidado oferecidos pelo terapeuta são tão importantes.
Se você está em busca da terapia tântrica mas está insegura, observe essas questões. Observe o quanto o terapeuta se preocupa e se ele se interessa pelo seu histórico, pelas suas questões.
Busque compreender a linha de trabalho dele e deixe tudo bem claro sobre quais os objetivos e limites do atendimento.