Relacionamento começa como eu me relaciono comigo mesma.
O quanto eu me escuto, o quanto confio em mim mesma, nas minhas intuições, o quanto reservo momentos para estar só comigo para aprender a silenciar minha mente barulhenta, crítica e julgadora para ouvir meu coração, sentir como está meu corpo, o que ele está me dizendo através de suas dores e incômodos, que emoções estão atreladas a esses sinais, tentar entender a causa, encontrar minhas feridas, cuidar de mim, me acolher, fazer coisas que eu gosto, que fazem bem para meu emocional, que me dêem prazer para transmutar minha dor.
Quando ignoro esta etapa de consciência e saio pelo mundo no modo automático, fugindo de mim mesma, vou projetando nas minhas relações o coração que não está sendo escutado, as dores que não estão sendo curadas, vou vendo nos outros o que me incomoda, sem conseguir identificar que é um espelho, o incômodo é meu, vem de dentro de mim, e reajo impensadamente achando que é culpa do que o outro me causa. Não consigo sequer enxergar e separar a dor dele da minha.
Isso é projeção. Não me irrito ou não me incomodo com os outros se este sentimento não mora em mim. Se isto acontece, preciso parar de agir com minha criança ferida e ativar o meu adulto para separar e ter coragem de olhar no meu interior, para achar porque o outro está conseguindo ser apenas um gatilho para me dar a oportunidade de enxergar quais feridas ainda não curei e não sei lidar, e saio descarregando nas pessoas um comportamento que cobro que o outro supra o que não fiz por mim.
Ajo inconsciente condicionada a um modo automático de reagir diante de uma mágoa que construí ainda quando criança birrenta, quando fui contrariada, desaprovada, desacreditada, tolhida, criticada, ignorada, rejeitada etc. E encontrei uma forma instintiva de defesa que me acompanha a vida toda sem perceber, que aparece quando me deparo diante de uma situação que me causa o mesmo sentimento.
Por isso é importante me recolher, aproveitar a oportunidade quando esses sentimentos são trazidos à tona, e sair da infantilidade de continuar culpando o outro. Eu mesmo crio minhas dores quando não olho para isso.
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Não posso ter medo de ver e conhecer o ruim dentro de mim, é necessário para eu conseguir me conhecer e mudar isso. Requer introspecção, requer aceitação, requer perdão. Perdoar e aceitar a mim mesma. E requer esforço maior ainda me observar o tempo todo diante dos relacionamentos quando esses sinais vêm para poder identificar e começar a prática de fazer diferente, com consciência. Não é mágica de um dia pro outro, é trabalho árduo de vencer a mim mesma, porque meu maior adversário sou eu, e não o outro.
E vale a pena, faço isso por mim, para crescer e me desenvolver como alma, como ser humano, assim consigo refletir um mundo melhor em que posso ser mais alinhada com minha verdade e aprender a construir minha felicidade que parte de dentro de mim também.
Assim consigo me relacionar melhor comigo, com as pessoas e com o mundo.